Imposto sobre grandes fortunas: uma grande ilusão.
Por João Victor da Silva
Nos últimos meses o Senado tem discutido a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Tal imposto está previsto na Constituição, mas nunca foi regulamentado. A principal ideia deste imposto é reduzir as desigualdades sociais, estabelecer um novo meio de tributação para financiar os elevados gastos públicos e reduzir a regressividade do sistema tributário. Apesar das boas justificativas apresentadas, os proponentes deste tipo de imposto tendem a ignorar os incentivos econômicos perversos que o IGF irá causar para a economia brasileira.
Primeiro, é preciso considerar que o IGF incide sobre o patrimônio das pessoas, isto é: sob a renda acumulada – que necessariamente já foi tributada. Logo, o IGF representa uma tributação dupla sobre o patrimônio. Além disso, é preciso considerar que muitos cidadãos possuem um grande patrimônio, mas não possuem uma renda relativamente alta, dificultando, sua capacidade de pagar o imposto.
Para os afortunados, a solução será mudar seu domicílio fiscal. Já que poderão continuar a investir e empreender no Brasil sem precisar arcar com a carga tributária elevada ou poderão explorar novos mercados.
No caso dos jovens empreendedores, os incentivos de investir no país e desenvolver negócios inovadores irá ser reduzido substancialmente. Provavelmente, teremos que lidar com uma “fuga de cérebros”, dos futuros líderes de negócios do país, que buscarão países com maior liberdade econômica e melhor qualidade de vida para residir.
Os incentivos de poupança irão cair com o IGF e como a taxa de poupança está relacionada a taxa de investimentos, as perspectivas de crescimento do país serão reduzidas.
Além do IGF trazer incentivos perversos para a economia, ele também tem baixo potencial de arrecadação. Nos quatro países membros da OCDE que mantém esta forma de tributação, a receita do IGF representa menos de 1% do PIB.
Nossos legisladores precisam entender que a chave para estimular o crescimento e reduzir a desigualdade se dará por meio de reformas estruturais e investimentos em capital humano. A origem da desigualdade se encontra na estrutura inchada do Estado brasileiro. Aqui, diferentemente dos países desenvolvidos, a regra é: o povo a serviço do Estado. O IGF é mais uma proposta populista que, no longo prazo, irá causar um grande dano para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Resiliência empresarial: como se fortalecer em meio à instabilidade econômica
Resiliência empresarial: como se fortalecer em meio à instabilidade econômicaEmpresas que prosperam em ambientes incertos não são necessariamente as maiores, mas sim as mais preparadas. Em outras palavras, a capacidade de se adaptar rapidamente a cenários...
Reforma Tributária no Brasil: Consequências para os Serviços
Reforma Tributária no Brasil: Consequências para os ServiçosApós mais de três décadas de debates, o Congresso Nacional aprovou, no final de 2023, a tão esperada Reforma Tributária. Apesar de um ano e meio já ter se passado desde sua promulgação, a ausência de leis...
Compreensão do Comportamento do Consumidor: A Chave para Estratégias Competitivas
Compreensão do comportamento do consumidor: a chave para estratégias competitivasSe a pesquisa de mercado oferece o mapa do território, é o comportamento do consumidor que revela onde estão os tesouros. Em um cenário de mudanças rápidas nos hábitos de consumo,...