Controle financeiro: 6 dicas para separar finanças empresariais e pessoais

       

Inúmeros estudos de mercado feitos ao longo dos anos já apontaram: a má gestão financeira é um dos principais motivos que levam os negócios ao fracasso e à falência. Essa gestão mal feita pode implicar vários aspectos, mas um dos mais evidente é a falta de controle financeiro: quando o empreendedor mistura as finanças empresariais com as finanças pessoais.

Isso pode ser muito comum de acontecer quando a pessoa administra o próprio negócio, estando mais suscetível a cometer tal prática. Outras vezes, ela pode até nem misturar as finanças, mas mantém o hábito de tirar um pouco de dinheiro da empresa para pagar uma conta pessoal, como a fatura do cartão de crédito, por exemplo. 

Essa prática, no entanto, sempre causa impactos negativos graves. A saúde financeira da empresa fica viciada, impedindo o empresário de ter uma visão clara da realidade do negócio. Ele perde a noção dos gastos, porque não consegue mais identificar aquilo que tem vínculo com a operação ou o que é despesa ou responsabilidade pessoal.

O empreendedor também passa a ter dificuldade de perceber o que está, de fato, prejudicando a empresa. Isso pode dificultar na tomada de decisões estratégicas, como o momento mais adequado para investimentos ou o corte de gastos supérfluos, por exemplo.

Além disso, a empresa pode acabar ficando sem reserva para o capital de giro ou para fluxo de caixa. Principalmente em períodos críticos, em que o negócio não gera a rentabilidade esperada.

É por isso que separar as finanças empresariais e as finanças pessoais é tão importante. Retirar dinheiro do caixa para fins pessoais pode ser cômodo, mas também pode custar um preço alto que não vale a pena pagar.

A importância da separação das despesas para o controle financeiro

É importante entender que a empresa não deve ser encarada como fonte de rendimento direto. Pegar dinheiro dos rendimentos do negócio para pagar contas pessoais pode afetar diretamente os compromissos mais básicos, como o pagamento dos salários dos colaboradores. Isso também acaba levando a uma bola de neve, pois o empresário recorre a empréstimos bancários com juros altos e cria ainda mais dívidas.

A confusão patrimonial gerada pela falta de controle financeiro também pode trazer problemas jurídicos. Afinal, misturar as finanças empresariais e pessoais pode ser considerada um ato ilícito, conforme a legislação brasileira. Isso porque a proteção legal dada a determinados tipos societários deixa de existir e o empresário pode acabar sendo obrigado a pagar as dívidas da empresa com o seu patrimônio pessoal.

Veja, então, um passo a passo de como se organizar com 6 dicas para dar fim a esse hábito.

  1. Comece fazendo um diagnóstico das finanças

A primeira coisa a ser feita é listar tudo que compõe o saldo atual das finanças, independente de serem pessoais ou empresariais. Depois disso, identificá-las conforme a sua origem: o que diz respeito à empresa deve ficar em um determinado grupo e o que diz respeito à vida pessoal deve ficar no outro.

Fazer essa análise contribui para que o empresário desenvolva uma visão de longo prazo sobre o negócio e sobre suas expectativas na vida pessoal e possa preparar as estratégias para os próximos investimentos.

  1. Separe as despesas da pessoa física e da pessoa jurídica

A ideia de separar o que é dinheiro da empresa e o que é dinheiro da vida pessoal também passa pela distinção das despesas. Afinal, é preciso usar corretamente o saldo que está em cada uma das categorias.

Fornecedores, energia elétrica e materiais de escritório, por exemplo, são despesas da empresa e devem ser pagas com a conta bancária da pessoa jurídica. Já outras despesas não relacionadas com a empresa são gastos pessoais e, portanto, devem ser pagos pela pessoa física.

O importante, nesse exercício, é que cada categoria se responsabilize pelas próprias despesas, sem que a outra esfera tenha que intervir e responder por elas. Assim, evite pagar os gastos pessoais com dinheiro da empresa e vice-versa, mesmo que o valor disponível não seja suficiente. 

O mais importante, aqui, é aprender a reorganizar a vida financeira. Enumere as despesas fixas de cada lado e pondere um teto para as variáveis, de forma a tentar se organizar com o que se sobra. Preferencialmente tenha um cartão corporativo específico para as despesas empresariais e outro para as despesas pessoais. Afinal, todo cuidado é pouco para evitar que você volte ao ponto inicial e acabe misturando novamente as coisas. Você perceberá que tudo ficará mais fácil.

  1. Separe as contas bancárias

Depois de levantar as características das finanças, separe as contas bancárias: uma para a vida pessoal (conta para pessoa física) e outra só para a empresa (conta para pessoa jurídica). Isso ajuda o empresário a percebê-las como realmente são: o que é dinheiro pessoal e o que é dinheiro empresarial. A partir daí, fica mais fácil acompanhar a situação de cada um e fazer os pagamentos de forma separada, dentro do saldo que lhe consta.

Além disso, a separação das contas pode trazer outras vantagens financeiras. Hoje, muitos bancos oferecem ausência total de taxas e até acesso a melhores créditos para os diferentes tipos de titularidade. E, em alguns casos, nem é mais necessário sair de casa para abrir uma nova conta corrente.

  1. Faça reservas mensais

Depois de elencar as despesas fixas e variáveis do âmbito empresarial e da vida pessoal, organize-se de forma a ter uma reserva financeira em cada um deles. Uma quantia mínima que seja para ficar ali, guardada, e que não tenha relação com as despesas, nem com o lucro.

Afinal, imprevistos sempre podem acontecer e, por isso, é importante ter capital para enfrentar os tempos de crise. Isso ajuda a evitar, por exemplo, que o empresário acabe usando o saldo da conta pessoal para cobrir as despesas empresariais ou vice-versa.

  1. Estabeleça a sua remuneração como dono do negócio

Se você tem uma empresa, mesmo que esteja iniciando o seu negócio, você deve estabelecer um salário destinado à sua própria remuneração, no caso, o pró-labore.

O pró-labore é a remuneração mensal que garante ao empresário um salário fixo pela sua atividade desenvolvida na gestão da empresa. Mas, atenção: o salário do empresário não deve ser confundido com os lucros. As retiradas só devem ocorrer se a empresa estiver de fato tendo lucro e é importante que parte do dele permaneça na empresa para que seja utilizado no crescimento do negócio. Não é só porque a empresa lucrou mais em determinado mês que o empreendedor deve aumentar sua retirada na mesma proporção. 

Além disso, procure não exagerar só porque a empresa é sua. O ideal é que o valor seja compatível com a realidade financeira do negócio e não venha fazer falta no futuro. Se você perceber que a empresa está indo bem e tem condições de remunerar você com um valor maior, vá aumentando aos poucos.

  1. Conte com a ajuda de um contador para fazer o controle financeiro

O contador talvez seja o profissional mais indicado para ajudar o empreendedor a lidar com o controle financeiro das finanças empresariais e pessoais. Afinal, ele atua como um verdadeiro consultor de negócios, capaz de oferecer uma visão mais macro da empresa e ajudar na tomada de decisões estratégicas. 

Ele pode, por exemplo, dar apoio e conselhos referente aos melhores investimentos e participar ativamente da escolha do regime de tributação mais vantajoso para a empresa, evitando que ele pague mais impostos do que o necessário, o que pode fazer toda a diferença no equilíbrio financeiro da empresa.

Além disso, o contador também pode assumir a tarefa de monitorar e acompanhar o planejamento financeiro do negócio, já que nem sempre o empresário consegue ter tempo para se dedicar a isso. 

E, nós, da Orsitec, estamos à disposição para ajudar você e a sua empresa em todos estes aspectos relacionados ao controle financeiro do negócio. Entre em contato conosco!