Tempos de pandemia: por que o auxílio emergencial é importante?
O auxílio emergencial volta a ser pago no Brasil nesta primeira semana de abril. Ao longo de todo o ano passado, o benefício funcionou como uma garantia financeira para milhões de famílias, numa tentativa de frear os impactos econômicos provocados pela pandemia de Covid-19.
Trata-se de um respiro de esperança para milhões de brasileiros que não possuem acesso a recursos para resguardar seus direitos básicos. São brasileiros invisíveis, os chamados hipervulneráveis. Aqueles que sequer conseguem garantir a subsistência da própria família. E que, desde janeiro, com o fim do pagamento do benefício iniciado em 2020 e com as restrições às atividades econômicas, vivem sem qualquer fonte de renda.
A importância do auxílio emergencial começa aí, mas não se limita só a isso. Estima-se que o pagamento do benefício injetou mais de R$ 300 bilhões na economia brasileira em 2020 e evitou que o país entrasse em uma recessão ainda maior. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 4,1% na comparação com 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior declínio anual do índice desde 1996.
Ainda assim, a redução poderia ter sido pior, conforme levantamento da Universidade de São Paulo (USP). Análises realizadas pela instituição, por meio do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades, demonstraram, por exemplo, que o tamanho do tombo poderia ter sido de 8,4% a 14,8% se o benefício não tivesse sido adotado. Ou seja: em um cenário sem auxílio emergencial, a recessão poderia ser quase duas vezes maior.
Não é, portanto, um período fácil. Afinal, junto com o vírus, o Brasil se viu diante de três graves crises, descortinadas de forma concomitante: a crise na saúde, a crise política e a crise econômica.
A importância do auxílio emergencial
A chegada da pandemia de coronavírus expôs uma mazela invisível no Brasil: a desigualdade social. Invisível e grave. Em 2020, um estudo do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), apontou que o aumento da extrema pobreza, impulsionado pelos efeitos desastrosos da pandemia de Covid-19 na economia, deverá acentuar ainda mais a desigualdade social no país. Um desafio e tanto a ser observado para os próximos anos.
A primeira rodada do auxílio emergencial começou há exato um ano, em abril de 2020. Havia passado cerca de um mês após a pandemia ser oficialmente declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e as consequências do que viria pela frente já davam os primeiros sinais. Cerca de 70 milhões de brasileiros receberam o auxílio emergencial naquele ano. Foram cinco parcelas de R$ 600 e outras quatro de R$ 300. Na ocasião, algumas situações impactaram a eficácia da medida: atrasos nos depósitos, saques não autorizados e pagamento a pessoas que não dependiam daquela ajuda são alguns exemplos.
Para 2021, a ajuda está confirmada mas com regras diferentes.
Como vai funcionar a segunda rodada do benefício em 2021
Em 2021, 45 milhões de brasileiros receberão o benefício, segundo dados do Ministério da Cidadania. O número é menor do que em 2020. Além disso, o valor das parcelas também é outro: irá variar de R$ 150 a R$ 375, dependendo da família.
- Quem mora sozinho: R$ 150
- Mãe solteira que sustenta a família: R$ 375
- Demais famílias: R$ 250
A princípio, serão quatro parcelas, entre os meses de abril e julho.
Nesta nova rodada, o auxílio emergencial será pago de forma automática a todos aqueles que receberam os valores em 2020. São, portanto, trabalhadores informais, inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e beneficiários do Bolsa Família. Aqueles que não foram contemplados pelo auxílio emergencial em 2020 não podem pedir o benefício em 2021.
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